Disbiose é o nome que se dá a um desequilíbrio na flora intestinal. A alimentação tem influência direta no desenvolvimento da disbiose, pois tudo que ingerirmos interferirá no funcionamento do intestino. Mas, não é só a alimentação que afetará o funcionamento intestinal: o uso prolongado de alguns medicamentos; doenças genéticas ou doenças adquiridas e tudo que pode afetar o trato gastrointestinal (desde o processo mastigatório até o processamento final dos nutrientes) causará influência no funcionamento intestinal.
A disbiose não se manifesta somente através de estados diarreicos ou de constipação. Já é bem estabelecido que há ligações entre a disbiose e processos como dificuldade de emagrecimento, depressão, alergias de pele, acne, doenças crônicas inflamatórias, entre outros.
Naturalmente, temos bilhões de microrganismos que coexistem no nosso corpo. No intestino não é diferente e no organismo saudável há um equilíbrio entre as diferentes espécies e o favorecimento das bactérias “boas”. Quando temos uma disbiose, esse equilíbrio é rompido e, além de eliminar a causa, podemos promover a recuperação intestinal através de algumas medidas, tais como:
– Melhorando a alimentação: principalmente para os pacientes que apresentam alergias ou intolerâncias, é necessário identificar essas fontes causadoras e removê-las da dieta. Alguns exemplos de substâncias que comumente causam distúrbios são os alimentos que contém glúten, lactose e corantes. Veja bem: esses itens apenas são os mais comuns e um indivíduo pode ser sensível a apenas um deles e não aos demais.
Atualmente, existe um teste que detecta mais de 30 tipos possíveis de intolerâncias ou hipersensibilidades alimentares. É um teste muito simples feito a partir de uma gota de sangue e que fornece um panorama bem pessoal e específico de como o corpo responde aos alimentos. Chama-se Food Detective e o resultado é obtido em até 24 horas.
– Recuperando a flora intestinal através da suplementação pré e probiótica: prébioticos são substâncias que irão favorecer o crescimento das bactérias “boas”, são os alimentos desses microrganismos. O aminoácido L-glutamina é um dos mais utilizados para esse fim e sua suplementação pode ser oral ou injetável. Já os probióticos são os próprios microrganismos, os quais são mais popularmente chamados de lactobacillus.
Existe uma diversidade enorme de lactobacillus e, geralmente, a reconstrução da flora intestinal se faz com o que se chama de “pool”, uma combinação de diferentes tipos de microrganismos que atuarão em sinergia para o retorno do equilíbrio da flora intestinal. A reposição ocorre através da reposição oral, que pode ser na forma líquida ou em cápsulas.
Assim, a disbiose é algo que precisa ser controlado e tratado. O mau funcionamento intestinal, a excessiva permeabilidade do intestino, inflamações locais (ainda que microinflamações) podem desencadear processos no nosso organismo que influenciam a saúde como um todo.
Converse sempre com o seu médico, nutricionista ou o profissional da saúde que cuida de você.
MSc. Farmacêutica Viviane Krucinski
@pele.magistral
Equipe da Clínica do Dr. Thael Pires
Referências:
Cruz-Jentoft, A. J.; Bahat, G.; Bauer, J. et al. Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age and Ageing. 2019 Jan 1;48(1):16-31. doi: 10.1093/ageing/afy169. Erratum in: Age Ageing. 2019 Jul 1;48(4):601. PMID: 30312372; PMCID: PMC6322506.
https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/musculos-fracos-sarcopenia-artigo.
Kirwan, R.; McCullough, D.; Butler, T. et al. Sarcopenia during COVID-19 lockdown restrictions: long-term health effects of short-term muscle loss. GeroScience 42, 1547–1578 (2020). https://doi.org/10.1007/s11357-020-00272-3.