Andropausa e Menopausa
Você conhece esses termos?
Tanto um quanto o outro estão relacionados aos declínios hormonais. Vamos esclarecer um pouco sobre eles a seguir:
Menopausa:
É o declínio hormonal que ocorre nas mulheres e os estrógenos são os principais hormônios envolvidos. A menopausa é cercada por inúmeros sintomas que vão ocorrendo progressivamente, porém não seguem nenhuma ordem predeterminada e culminam com um acontecimento específico que é a interrupção da menstruação. Essa interrupção marca, oficialmente, a entrada da mulher na menopausa e encerra de vez o período reprodutivo. Os sintomas podem variar de mulher para mulher, bem como a intensidade dos mesmos. No entanto, sempre vêm acompanhados de uma maior vulnerabilidade e fragilidade do organismo: é visto um declínio da capacidade de reserva fisiológica causado pela deterioração de múltiplos sistemas fisiológicos (cérebro, sistema endócrino, sistema imunológico e músculo esquelético).
Alguns achados como menopausa precoce, histerectomia, baixos níveis de testosterona livre e altos níveis de proteína C reativa (PCR) podem aumentar a vulnerabilidade entre as mulheres na pós-menopausa.
Andropausa:
A andropausa não tem uma idade certa para ocorrer nem é marcada por um episódio específico. Ela ocorre um pouco a cada ano, com o declínio da produção de testosterona pelos homens. A produção de espermatozóides também sofre uma baixa, porém, considerando homens saudáveis e sem problemas de fertilidade, a mesma segue ocorrendo durante toda a vida.
Os termos andropausa, deficiência androgênica parcial do homem envelhecido (PADAM) ou hipogonadismo de início tardio (LOH) são usados para descrever esse acontecimento clínico que tem sido definido como uma síndrome associada à idade avançada. A síndrome é caracterizada por uma deficiência nos níveis séricos de testosterona que pode resultar em alterações significativas na qualidade de vida e afetar negativamente a função de múltiplos sistemas orgânicos.
Ambos declínios podem impactar bastante na qualidade de vida, tanto física quanto mental, de homens e mulheres.
A dosagem hormonal através de exames é um indicativo de como andam esses hormônios no organismo de cada pessoa; porém, esse dado isolado não é o bastante para decidir a terapia de tratamento, seja ela de reposição hormonal ou não. Nem todos os sinais e sintomas necessariamente se apresentam juntos; muitas vezes progridem lentamente e são sutis por natureza; os sinais e sintomas inespecíficos podem não ser distinguidos dentro do próprio processo de envelhecimento.
O diagnóstico laboratorial deve vir acompanhado de um diagnóstico clínico e ambos, em conjunto, devem ser analisados para a tomada de decisão do melhor tratamento.
Se a reposição hormonal for escolhida como uma via de tratamento, a mesma poderá ocorrer através de terapia injetável, reposição transdérmica (uso tópico), terapia oral e, ainda, através de outras formas especiais.
Converse sempre com o seu médico para definir os melhores tratamentos para você.
MSc. Farm. Viviane Krucinski
CRF RS 6389
Equipe da Clínica do Dr. Thael Pires
Bibliografia:
Martelli, M.; Zingaretti, L.; Salvio, G.; Bracci, M.; Santarelli, L. Influence of Work on Andropause and Menopause: A Systematic Review. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2021 Sep 25;18(19):10074. doi: 10.3390/ijerph181910074. PMID: 34639376; PMCID: PMC8508409.
Ysrraelit, M. C.; Correale, J. Impact of Andropause on Multiple Sclerosis. Frontiers in Neurology. 2021 Nov 5;12:766308. doi: 10.3389/fneur.2021.766308. PMID: 34803897; PMCID: PMC8602357.
Hochreiter, W. W.; Ackermann, D. K.; Brütsch, H. P. Andropause [Andropause]. Therapeutische Umschau. 2005 Dec;62(12):821-6. German. doi: 10.1024/0040-5930.62.12.821. PMID: 16405287.